A Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva (FIMS) resulta da transformação do Instituto Arquitecto José Marques da Silva (IMS), criado em 1994, em Fundação de direito privado, instituída pela Universidade do Porto, em 2009.
Herdando as atribuições e competências do antigo instituto, a FIMS dá corpo ao legado testamentário da Arquiteta Maria José Marques da Silva e tem por objetivo social a promoção científica, cultural, formativa e artística, designadamente a classificação, preservação, conservação, investigação, estudo e divulgação de todo o património artístico e arquitetónico do Arquiteto José Marques da Silva e, ainda, o acervo literário, artístico, arquitetónico e urbanístico dos Arquitetos Maria José Marques da Silva Martins e David Moreira da Silva. Complementarmente, promove a incorporação de outros Sistemas de Informação de valor patrimonial, histórico, científico, artístico ou documental relativos, preferencialmente, à arquitetura e ao urbanismo portuense e português.
O acervo patrimonial pertencente aos arquitetos José Marques da Silva (1869-1947), Maria José Marques da Silva Martins (1907-1994) e David Moreira da Silva (1909-2002), aparentemente composto por partes distintas, é afinal reunido numa totalidade unitária, que constitui um verdadeiro sistema de informação, constituído pela documentação da família Lopes Martins (em que se filia a mulher de Marques da Silva), e que inclui, para além dos documentos relativos ao contexto familiar a produção documental resultante da atividade dos arquitetos, uma importante biblioteca e objetos de arte.
A partir de 2006, e tendo em conta uma das suas missões estatutárias, o então IMS procede à incorporação de outros fundos de interesse para o estudo da arquitetura, ou seja, outros sistemas de informação provenientes da atividade de diversos arquitetos portuenses ou estudiosos da arquitetura.
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Assim, acolheu a documentação doada por António Cardoso Pinheiro de Carvalho (1932-), historiador e professor jubilado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que dedicou grande parte da sua investigação ao estudo da obra do Arquiteto Marques da Silva.
Posteriormente, em 2011, a FIMS acolheu, em regime de comodato, o acervo do Arquiteto Fernando Távora (1925-2005).
Em 27 de maio de 2013 foi assinado o contrato de doação do arquivo profissional do Arquiteto José Carlos Loureiro (1925-).
Em 19 de junho de 2014 foi igualmente assinado contrato de doação, em cerimónia pública, da biblioteca e arquivo do Arquiteto Alcino Soutinho (1930-2013) constituído pela documentação produzida nos seus Gabinetes de Arquitetura entre 1958 e 2012.
Em 2015 incorporou-se o acervo do Arquiteto militar João Marcelino Queiroz (1892-1982), através da doação efetuada pelos seus herdeiros.
Em 12 de maio de 2015 incorporou-se um conjunto informacional digital, pertencente ao Eng. Alberto Álvares Ribeiro (1842-1926), doado pelos seus familiares.
Em 2016 incorporam-se os acervos de Alfredo Durão Matos Ferreira (1928-2015), António Menéres (1930-) e Manuel Teles (1936-2012); em 2017 os acervos de Alfredo Duarte Leal Machado (1904-1954), José Porto (1883-1965), Octávio Lixa Filgueiras (1922-1996) e Fernando Lanhas (1923-2012); em 2018 os acervos de Álvaro José Cancela Meireles (1941-), Carlos Carvalho Dias (1929-), Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018), Rui Goes Ferreira (1926-1978) e Bartolomeu Costa Cabral (1929 - ).
Estes acervos estão sediados no conjunto arquitetónico constituído pela própria Casa-Atelier do Arquiteto José Marques da Silva, pelo palacete da família Lopes Martins e pelo pavilhão/arquivo, numa unidade construída com qualidades singulares na Praça Marquês de Pombal, no Porto. Encontram-se todos disponíveis para a consulta pública.
No tratamento dos Sistemas de Informação (SI) que tem em sua posse/guarda a FIMS adotou uma perspetiva de abordagem inovadora, tendo como princípio uma definição de SI bastante abrangente - a totalidade formada por informação registada num qualquer suporte informacional, produzida por uma diversidade de atores e recebida de uma multiplicidade de proveniências, o que significa que livros, revistas, cartas, memórias, relatórios, projetos, processos de obras, desenhos, pinturas, esculturas, móveis, gessos, etc. são documentos muito díspares entre si, mas que possuem a uni-los alguns denominadores comuns: pertenceram ou foram produzidos por determinadas pessoas de uma família/escritórios, sendo por elas/eles usados nos respetivos contextos em que decorreu a sua vida. E esta diversidade documental unificada pelo contexto familiar/empresarial e a ação de seus membros/atores insere-se perfeitamente na unidade sistémica que a envolve e lhe confere pleno sentido.
A aplicação do modelo sistémico ou SIAP (Sistema de Informação Ativa e Permanente) traz consigo implicações descritivas importantes que convém serem esclarecidas, para que o utilizador possa potenciá-las no seu processo de busca interativa de informação através concretamente deste site.
A estrutura dos SI acessível através desta página da FIMS, com recurso à plataforma AtoM, é dupla: pessoal/familiar e empresarial. Significa isto que documentos e objetos produzidos e acumulados por uma pessoa isolada ou por uma família, formada ao longo de gerações por vários membros ligados entre si, podem ser acedidos, independentemente de uma pesquisa seletiva, documento a documento ou objeto a objeto, mediante a catalogação respetiva, percorrendo o Quadro Orgânico-Funcional (QOF). Este quadro, no caso de uma Família, está estruturado em gerações e dentro destas por casal principal e irmãos de um dos cônjuges, sendo a documentação e objetos distribuídos de acordo com a identificação da sua pertença. Para cada pessoa, documentos e objetos aparecem distribuídos pelas principais fases orgânicas de vida: criança/adolescente (nascimento/16 anos); jovem (17/23 anos); e adulto (24 anos em diante).
Informação bibliográfica, arquivística e museológica está sustentada em bases de dados específicas, mas interconectadas, no que respeita à pesquisa que é possível fazer a partir delas. Por exemplo, o QOF da Família Marques da Silva/Moreira da Silva está presente em duas bases de dados, sendo assim possível pesquisar as publicações, os documentos vários e os artefactos tridimensionais que lhe pertenceram ao longo da vida.