Bartolomeu Albuquerque da Costa Cabral nasce em Lisboa a 8 de fevereiro de 1929. É o terceiro filho de Maria Teresa de Albuquerque e de António de Alcântara Bernardo de Carvalho e Vasconcelos da Costa Cabral, Conde de Tomar. Foi a mãe, afirma, que viu “uma sensibilidade de artista” e o exortou a estudar arquitetura. Assim, terminados os estudos no Liceu Pedro Nunes, em 1947, Costa Cabral inicia a preparação, no atelier de Frederico George (1915-1994), para o exame de Desenho de admissão à Escola de Belas-Artes de Lisboa (EBAL), onde ingressa, no mesmo ano, no Curso Especial de Arquitectura.
Ainda estudante, inicia o seu percurso profissional no atelier de Nuno Teotónio Pereira (1922-2016). É, assim, com Teotónio Pereira, mas também com Manuel Tainha (1922-2012), Rafael Botelho (1923), Raúl Chorão Ramalho (1914-2002), Manuel Alzina de Menezes (1920-2016), Ernesto Borges (seu colega no liceu) e José de Lucena (e, a partir de 1957, também com Nuno Portas), que Costa Cabral consolida o seu pensamento sobre a Arquitetura. É também no atelier de Teotónio Pereira que, pela realização o Bloco das Águas Livres, de que é coautor, considera concluída a sua formação. Permanece como colaborador no atelier de Nuno Teotónio Pereira até 1958, tendo apresentado o CODA “Uma Pousada para a Praia do Vau” (e, portanto, terminando o curso na ESBAL) em 1957.
A partir de 1954, trabalha também no GEU (Gabinete de Estudos e Urbanização), onde se mantém até 1959 – ano em que ingressa no Gabinete de Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência (HE-FCP). Nesse organismo dedica-se, até 1968, à produção de estudos e projetos de habitação económica para várias zonas do país. No âmbito do trabalho na HE-FCP realiza, além disso, viagens e estágios: em 1962, em Paris, estagia no Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB) e no atelier de Candilis, Josic e Woods; em 1965, em Londres, no London County Council (LCC) (após um breve período em 1964, na Madeira, onde colabora com Rui Goes Ferreira no desenvolvimento de projetos para a Federação de Caixas de Previdência); e em 1967, em Lisboa, estagia no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). É nesta década de 60 que porventura mais se evidenciam as suas preocupações sociais, refletidas nas obras construídas, nos relatórios que realiza, nos artigos que publica ou nos eventos em que se faz presente. É também nesta década que se intensifica a sua participação cívica, evidente em 1960, no seu trabalho enquanto membro da comissão organizadora do I Colóquio do Habitat, ou da Direção do SNA (1960-65).
Em 1968, leciona na ESBAL, a convite de Nuno Portas, tendo ingressado, em 1967, no atelier de Conceição Silva e Maurício de Vasconcellos (1925-1997). No ano seguinte, inicia a sua colaboração no Grupo de Planeamento e Arquitectura (GPA), atelier fundado por Maurício de Vasconcellos e Luís Alçada Baptista, onde trabalha até à morte de Maurício de Vasconcellos, em 1997. No GPA, sendo responsável por numerosos trabalhos, desenvolve sobretudo projetos de grande dimensão, nomeadamente planos de urbanização e edifícios para o ensino superior. Entretanto, em 1973 funda o seu atelier, onde desenvolve projetos mais variados na escala e no programa.
De 1948 até à sua morte, Bartolomeu Costa Cabral concebeu mais de duas centenas de projetos. Desde peças de mobiliário a projetos de planeamento urbano, a obra apresenta as mais diversas escalas de intervenção. Apresenta também resposta a uma grande diversidade de programas, de lugares e de linguagens.
Bartolomeu Costa Cabral faleceu a 20 de abril de 2024 em Lisboa.
Salvador Fernandes Caetano nasceu a 2 de abril de 1926, em Vila Nova de Gaia. Por força das condições financeiras da família teve que abandonar a escola no fim da instrução primária, atual quarto ano de escolaridade, tendo, então, começado a trabalhar com doze anos como pintor nas carroçarias de Castro Reis. Mais tarde começa a trabalhar sozinho prestando serviços de reparador de autocarros para a empresa de transportes “Gondomarense”. Casou com Ana Pereira, com quem teve três filhos.
Em 1946 Salvador Caetano decidiu apostar na indústria das carroçarias, para isso estabeleceu sociedade com os dois irmãos Alfredo Caetano e Joaquim Martins, formando, assim, a “Martins & Caetano & Irmão, Lda.” que foi o primeiro passo para a construção do grupo “Toyota Caetano Portugal, S.A.”. A empresa não correu da melhor forma e Salvador Caetano acabou por ficar sozinho no comando da mesma que, com a sua determinação, conquistou a confiança e solidez no mercado. Salvador Caetano foi o primeiro a utilizar técnicas de construção mista no fabrico dos seus produtos e isso valeu-lhe o rótulo de inovador, abrindo-lhe portas para encomendas cada vez maiores, até chegar à exportação.
Em 1968 Salvador Caetano passou a ser o representante da Toyota no território português e em 1971 construiu uma unidade industrial para a montagem de automóveis, na cidade de Ovar, chegando às 100 000 viaturas em dez anos. De espírito empreendedor, Salvador Caetano compra, em 1982, a “A. M. da Rocha Brito, Lda”, importadora de veículos e que se encontrava numa situação de falência eminente. Nas mãos de Salvador Caetano tornou-se a impulsionadora dos veículos BMW em Portugal, tendo sido transformada na “Baviera”, representante oficial dessa marca.
Em 1996, passados 50 anos de atividade, Salvador Caetano já tinha fundado e comprado 50 empresas de diversos setores, rentabilizando cada uma delas. Já em 1998 começam a comercializar no mercado português a marca Premium Lexus.
No que toca a condecorações, Salvador Caetano é cônsul honorário do México, na cidade do Porto, desde o ano de 1994. É comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial, desde 1971, tendo sido elevado em 2000 a Grã-Cruz da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial. Recebeu a Ordem do Tesouro Sagrado, do Japão, as medalhas de ouro das cidades de Ovar e Vila Nova de Gaia. Possui, ainda, distinções por parte da Associação Empresarial de Portugal, Associação Industrial Portuguesa, Associação do Comércio Automóvel de Portugal, Rotary e Lions Club Internation. A somar a isto os prémios de empresário do ano em 1980 e 1983, o Troféu Expresso em 1980, o prémio de melhor gestor em 1983, o prémio “Ambiente empresarial e paz social na empresa” em 1984 e a personalidade do ano em 2006.
Em 2011 a sua fortuna foi avaliada em 637,4 milhões de euros, sendo assim a oitava pessoa mais rica de Portugal, com um total de 150 empresas e mais de 7000 colaboradores.
Morreu a 27 de junho de 2011, em Matosinhos, com 85 anos.
Filho de Joaquim Francisco Camarinha e de Maria da Silva Duarte, Guilherme Duarte Camarinha nasceu a 1 de novembro de 1912, em Vila Nova de Gaia. Em 1927 matriculou-se no Curso Preparatório de Pintura da Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Foi professor no ensino técnico no Porto e em Guimarães. Além disso, Guilherme Camarinha foi membro do Grupo + Além que foi criado em oposição às tendências mais conservadoras no domínio das artes e do ensino. Na década de 1940 integrou as exposições dos Independentes e entre 1959 e 1962 lecionou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, participando, também, nas exposições Magnas desta Escola.
Desde o final da década de 1950, Guilherme Camarinha, além da pintura, dedicou-se ao fresco, ao mosaico e à tapeçaria., chegando a estar associado a muitos edifícios públicos e históricos, através das suas criações. Entre eles as Câmaras Municipais de Matosinhos e Porto, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, as embaixadas portuguesas de Brasília e Pretória e os tribunais de Chaves e Tomar, por exemplo.
Guilherme Camarinha, durante a sua vida, recebeu diversos prémios e distinções, entre eles, o Prémio Amadeo de Souza Cardoso (1936), o 2.º Prémio de Pintura da I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), O Prémio Nacional de Tapeçaria (1967) e a Medalha de Mérito de Grau de Ouro atribuído pela Câmara Municipal do Porto (póstumo – 1995). O seu falecimento data do ano de 1994.