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SILVA, José Marques da
PT/JMS · Person · 1869-1947

Foi o primeiro dos 10 filhos de Bernardo Marques da Silva e Maria Rosa Marques, nasceu, segundo se julga, no prédio nº 113 da Rua de Costa Cabral na freguesia de Paranhos, Porto, a 18 de Outubro de 1869.
Neto de lavrador e filho de operário marmorista, primeiro, e industrial de obras de mármore, mais tarde.
Frequentou a Escola da Ordem da Trindade e trabalhou nas horas de folga na oficina de seu pai, instalado junto aquela escola.
Feitos os exames do 1º e 2º grau ingressou no liceu onde fez com êxito o 2º ano do respectivo curso geral, passando, depois, a frequentar a antiga Academia Portuense de Belas Artes, tirou o curso de Arquitectura Civil; o 3º ano de escultura e o curso de desenho histórico.
Terminados os seus estudos, no Porto, fez, em Lisboa, as provas para o concurso para pensionista do estado, em Paris. Competiu com Adães Bermudes e foi preterido. Seu pai não se conformando com a situação enviou-o para Paris, com expensas próprias e Marques da Silva ali prosseguiu os seus estudos. Chegou a Paris no ano em que completava 20 anos tendo presenciado a grandiosa Exposição internacional de 1889.
Em 6 de Agosto de 1890 fez o concurso e foi admitido como aluno da Ecole Nationale et Speciale des Beaux Arts e ingressa no atelier de Victor Laloux. Nesta escola obteve o 1º lugar em 3 concursos escolares, obteve uma 1ª medalha, duas 2ª medalhas e várias primeiras menções.
Obteve o título de arquitecto diplomado pelo governo francês em 10 de Dezembro de 1896.
De regresso ao Porto, José Marques da Silva foi nomeado professor de Desenho do Instituto Industrial e Comercial do Porto, em 1900.
Em 1904 foi nomeado Arquitecto da Câmara Municipal do Porto.
Em 1906 foi nomeado professor interino da Cadeira de Arquitectura Civil, na antiga Academia Portuense de Belas Artes onde exerceu docência até 1939.
Em 1914 foi transferido do Instituto Industrial e Comercial do Porto para a Escola de Arte Aplicada onde passou a Professor e Director até 1930, data em que aquela escola foi incorporada na antiga Escola Industrial de Faria de Guimarães, actual escola de Artes Decorativas de Soares dos Reis.
Foi Director da Escola de Belas Artes do Porto, pela 1ª vez por alturas de 1914.
Em 1930 foi nomeado professor da cadeira de Desenho de Construção na Escola Industrial de Faria Guimarães (Arte Aplicada) cuja regência se conservou até à data da sua aposentação.
Nomeado Director efectivo da Escola de Belas Artes do Porto em 1931 mantendo-se até 1939.
Marques da Silva como arquitecto construiu obras no Porto; Matosinhos; Vila nova de Gaia; Guimarães; Barcelos e Braga.
Faleceu em 6 de Junho de 1947.

Transcrição integral da biografia de José Marques da Silva escrita pela sua filha Maria José Marques da Silva, em 1953 (FIMS/MSMS/1119).

Person · 1865-1943

Amélia Lopes Martins de Oliveira, também conhecida por Amélia Lopes Martins, nasceu em 1865; casou com António Augusto Ferreira de Oliveira e faleceu em 1943.

PT/FT · Person · 1923-2005

Fernando Luís Cardoso de Menezes de Tavares e Távora nasceu no dia 25 de agosto de 1923, na freguesia de Santo Ildefonso, no Porto. Descendente da nobre linhagem dos Távoras é filho de Dom José Pinto de Tavares Ferrão (1882-1967), Senhor da Casa da Amoreira das Tenentas, Anadia, representante do Vínculo de Fontechão, Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra e ferrenho integrista lusitano, e de sua mulher, e prima em 2º grau, D. Maria José Lobo de Sousa Machado e Couros, Senhora das Casas de São Domingos de Recardães, da Covilhã, do Miradouro e do Costeado e proprietária em Guimarães, Braga e Felgueiras (1892-1951).
Em 1940 conclui o curso liceal do Segundo Ciclo no Liceu Alexandre Herculano, com a classificação de dezasseis valores.
Em 1941 iniciou os seus estudos de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, que concluiu em 1952.
Em 1947, publicara a versão final do ensaio "O problema da casa portuguesa; falsa arquitetura; para uma arquitetura de hoje", onde sintetizara a noção de uma arquitetura simultaneamente moderna e enraizada na cultura em que se insere, aspiração que, na época, mobilizava alguns dos arquitetos mais ativos culturalmente em Portugal. Neste ensaio apresentava, também, a necessidade de se estudar cientificamente a arquitetura popular portuguesa.
Em 1955, integra a equipa do "Inquérito à arquitetura popular portuguesa".
Desde estudante e durante toda a sua vida, viajou incessantemente para estudar in loco a arquitetura de todas as épocas em todos os continentes, utilizando-a desde 1958 até 2000, como conteúdo e método da sua atividade pedagógica. As suas aulas e a publicação da sua prova para professor agregado: "Da organização do espaço", 1962, consolidaram, em sucessivas gerações na Escola Superior de Belas Artes do Porto, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, a ideia de que o conhecimento da história e da cultura são indispensáveis para a produção da arquitetura contemporânea.

As suas obras construídas, como, entre outras, o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1953-59), o Parque Municipal Quintas da Conceição e de Santiago, Matosinhos (1956-93), a Casa de Férias no Pinhal de Ofir, Fão (1957-58), ou a Casa dos 24, Porto (1995-2003), exprimem um grande sentido de responsabilidade social, na maneira como criatividade e poética estão presentes a par do rigor na abordagem ao sítio, à função e aos aspetos técnicos. Nesta medida, a sua obra constitui um exemplo importantíssimo para a credibilização da atividade do arquiteto em Portugal. Também no campo da conservação do património deixou intervenções exemplares, entre outras, como a Recuperação do Convento de Santa Marinha, Guimarães (72-85), a Sistematização do Centro Histórico de Guimarães (85-92).

A sua importância para a arquitetura em Portugal foi reconhecida com a atribuição do doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, em 1993, e pela atribuição de diversos prémios.

Fernando Távora morre, em Matosinhos, a 3 de Setembro de 2005 (82 anos)

Domingos Pinto de Faria
Person · 1934-2002

Domingos Ferreira Pinto de Faria nasceu a 12 de janeiro de 1934, em Rio Tinto, Gondomar, filho de Lino Pinto de Faria e Maria Ferreira.
Casou-se com Maria Nazaré da Silva Moreira Pinto de Faria, com teve três filhos.
Obteve o seu Diploma de Arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1965, mas a sua formação incluiu, também, a frequência do Curso de Economia da Construção, ministrado por D. A. Turin da University College of London.

Entre 1957 e 1970 exerceu a sua atividade na Câmara Municipal do Porto, primeiro no Gabinete de Urbanização, colaborando diretamente na elaboração do Plano Director da Cidade do Porto, sob a orientação do Professor Arquitecto Robert Auzelle, e posteriormente na Repartição de Construção de Casas, integrado na equipa escolhida para a realização do Plano de "extinção" das ilhas da cidade do Porto.

Paralelamente, entre 1970 e 1973, é consultor dos Caminhos de Ferro Portugueses para a Região Norte.

Em 1970 é contratado pelo Fundo de Fomento da Habitação, em janeiro de 1981 é nomeado Diretor da Direção de Habitação do Norte, deixando de exercer esse cargo, a seu pedido, em Março de 1982. Desenvolveu, paralelamente, atividade como Deputado da Assembleia Municipal do Porto.

Da obra desenvolvida enquanto profissional liberal destacam-se, na cidade do Porto, entre outros: os projetos para a Universidade Católica do Porto, o Centro Diocesano - Casa de Vilar ou a reconstrução do Hotel Boa-Vista. A sua obra estende-se a Braga, Póvoa de Varzim, Cinfães, Marco de Canavezes, Gondomar, Francelos e Famalicão.

Domingos Pinto de Faria faleceu em 2002.

Guerra, António Teixeira
PT/FIMS/ATG · Person · 1929 - 2012

António Maria de Calça e Pina Teixeira Guerra nasceu a 7 de fevereiro de 1929 em Santa Maria de Belém, Lisboa, filho do Dr. Rui da Fonseca e Sousa Camões Teixeira Guerra e de Mariana de Sousa Menezes de Calça e Pina Teixeira Guerra. Casou-se com Martine Anne Marguerite Françoise Marie de Stoop Teixeira Guerra, com quem teve 3 filhos e 1 uma filha.
António Teixeira Guerra viveu a sua juventude quase toda no estrangeiro, em virtude das missões diplomáticas do seu pai, cônsul e embaixador. Teixeira Guerra estudou no Canadá, na Alemanha, nos EUA, Inglaterra, França e na Suíça. O pai foi um dos principais promotores da política de integração de Portugal na E.F.T.A. e instalou o primeiro consulado de Portugal no Canadá. Por isso, António Teixeira Guerra viveu no Canadá entre os 8 e os 12 anos, mudando-se para Berlim em 1940, no período de governo nazi. A família mudou-se no ano seguinte para os Estados Unidos da América, onde António terminou o liceu em 1946.
A opção de Teixeira Guerra pela arquitetura foi, segundo ele, consequência do seu talento para a matemática e para o desenho. De 1946 a 1947 frequentou o 1º ano da Escola de Arquitetura da Universidade de Manchester. Prosseguiu depois os seus estudos no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura e Urbanismo na Escola Politécnica da Universidade de Lausanne, na Suíça, tendo aí obtido o Diploma de Arquiteto com a classificação de 20 valores a 22 de julho de 1955. Ainda na Universidade de Lausanne, aceitou o convite de Jean André Tschumi, Diretor da Escola de Arquitetura e Urbanismo, fundador e então presidente da União Internacional dos Arquitetos (UIA), para exercer as funções de seu professor assistente. Em 1957, após ter passado com 19 valores no exame de equivalência exigido para o exercício da profissão de arquiteto e urbanista em Portugal na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), inscreveu-se no Sindicato Nacional dos Arquitetos (SNA) em Portugal.
Entre 1957 e 1975, António Teixeira Guerra foi consultor e colaborador do Instituto Nacional de Investigação Industrial (INII), em Lisboa, contribuindo para a estruturação e organização iniciais desse instituto, colaborando na criação do seu Núcleo de Arte e Arquitetura Industrial em 1960, e promovendo várias ações para a melhoria do “desenho industrial” a nível nacional. Ainda em 1960, e pela ação de Teixeira Guerra, o INII realizou a sua primeira apresentação pública na Exposição de Embalagem na FIL (Feira Internacional de Lisboa), com um stand da autoria do arquiteto e designer António Sena da Silva e com a colaboração dos designers António Garcia e Luís Filipe de Abreu. No âmbito da sua ação no INII, António Teixeira Guerra destacou-se como consultor em matéria de planeamento regional e turístico: em colaboração com o Dr. José da Silva Lopes elaborou as bases para o primeiro Plano de Desenvolvimento Turístico de âmbito nacional em Portugal, projetou e acompanhou programas de assistência técnica para a E.F.T.A. e a O.C.D.E., participou em negociações para programas de assistência técnica no âmbito de instituições europeias, nomeadamente entre Portugal e a Suíça, e organizou várias conferências, colóquios e ações didáticas.
António Teixeira Guerra criou a ADR – Agência de Desenvolvimento Regional, Lda., uma sociedade de estudos e projetos de urbanismo e arquitetura onde se abordava problemáticas com componentes pluridisciplinares, como planificação urbana, regional, turística, mobilidade e industrial. Através desta agência, Teixeira Guerra concretizou vários projetos de urbanismo e arquitetura, tais como as instalações do DIALAP - Sociedade Portuguesa de Lapidação de Diamantes, SARL, de 1960, em colaboração com o arquiteto e professor Carlos Manuel Ramos, o plano de urbanização do Conjunto Turístico de Nova Belas, em 1979, o Plano Geral de Remodelação do Centro Urbano de Vila do Conde, de 1980, e a Reabilitação do Castelo do Crato, de 1992.
No ano de 1979 esteve na Universidade da Califórnia, em Irvine, como investigador visitante convidado na área da antropologia urbana e da programação operacional. Aqui delineou o seu primeiro projeto criativo para o Castelo do Crato.
Os seus projetos de obra são diversificados e presentes em vários pontos do país, com destaque para as regiões da Grande Lisboa, Alentejo e Algarve. As tipologias mais presentes são a arquitetura industrial e os planos urbanísticos para conjuntos residenciais turísticos. O seu atelier situava-se na Av. Infante Santo, Lisboa.
A obra a que António Teixeira Guerra se dedicou com mais paixão foi a recuperação e reconversão do Castelo do Crato, cuja ruínas tinham sido adquiridas pelo seu pai, o Dr. Rui Teixeira Guerra, em 1939. Em 1989, após a doação do castelo à Câmara Municipal do Crato pelo pai, em representação da sociedade Centro de Estudos e Intercâmbio Turístico do Crato Lda., António Teixeira Guerra fez um contrato com a mesma Câmara tendo em vista a recuperação e valorização do castelo, através de uma concessão por 99 anos à sua Agência de Desenvolvimento Regional. Ligado a este projeto, Teixeira Guerra fundou a Fundação do Castelo do Crato, que pretendia ser um centro de investigação e de alta tecnologia, focada nos meios audiovisuais, com uma área de museu dedicada ao património artístico mundial, no reabilitado castelo.
António Teixeira Guerra morreu em 2012.

CABRAL, Bartolomeu Costa
PT/FIMS/BCC · Person · 1929 - 2024

Bartolomeu Albuquerque da Costa Cabral nasce em Lisboa a 8 de fevereiro de 1929. É o terceiro filho de Maria Teresa de Albuquerque e de António de Alcântara Bernardo de Carvalho e Vasconcelos da Costa Cabral, Conde de Tomar. Foi a mãe, afirma, que viu “uma sensibilidade de artista” e o exortou a estudar arquitetura. Assim, terminados os estudos no Liceu Pedro Nunes, em 1947, Costa Cabral inicia a preparação, no atelier de Frederico George (1915-1994), para o exame de Desenho de admissão à Escola de Belas-Artes de Lisboa (EBAL), onde ingressa, no mesmo ano, no Curso Especial de Arquitectura.
Ainda estudante, inicia o seu percurso profissional no atelier de Nuno Teotónio Pereira (1922-2016). É, assim, com Teotónio Pereira, mas também com Manuel Tainha (1922-2012), Rafael Botelho (1923), Raúl Chorão Ramalho (1914-2002), Manuel Alzina de Menezes (1920-2016), Ernesto Borges (seu colega no liceu) e José de Lucena (e, a partir de 1957, também com Nuno Portas), que Costa Cabral consolida o seu pensamento sobre a Arquitetura. É também no atelier de Teotónio Pereira que, pela realização o Bloco das Águas Livres, de que é coautor, considera concluída a sua formação. Permanece como colaborador no atelier de Nuno Teotónio Pereira até 1958, tendo apresentado o CODA “Uma Pousada para a Praia do Vau” (e, portanto, terminando o curso na ESBAL) em 1957.
A partir de 1954, trabalha também no GEU (Gabinete de Estudos e Urbanização), onde se mantém até 1959 – ano em que ingressa no Gabinete de Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência (HE-FCP). Nesse organismo dedica-se, até 1968, à produção de estudos e projetos de habitação económica para várias zonas do país. No âmbito do trabalho na HE-FCP realiza, além disso, viagens e estágios: em 1962, em Paris, estagia no Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB) e no atelier de Candilis, Josic e Woods; em 1965, em Londres, no London County Council (LCC) (após um breve período em 1964, na Madeira, onde colabora com Rui Goes Ferreira no desenvolvimento de projetos para a Federação de Caixas de Previdência); e em 1967, em Lisboa, estagia no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). É nesta década de 60 que porventura mais se evidenciam as suas preocupações sociais, refletidas nas obras construídas, nos relatórios que realiza, nos artigos que publica ou nos eventos em que se faz presente. É também nesta década que se intensifica a sua participação cívica, evidente em 1960, no seu trabalho enquanto membro da comissão organizadora do I Colóquio do Habitat, ou da Direção do SNA (1960-65).
Em 1968, leciona na ESBAL, a convite de Nuno Portas, tendo ingressado, em 1967, no atelier de Conceição Silva e Maurício de Vasconcellos (1925-1997). No ano seguinte, inicia a sua colaboração no Grupo de Planeamento e Arquitectura (GPA), atelier fundado por Maurício de Vasconcellos e Luís Alçada Baptista, onde trabalha até à morte de Maurício de Vasconcellos, em 1997. No GPA, sendo responsável por numerosos trabalhos, desenvolve sobretudo projetos de grande dimensão, nomeadamente planos de urbanização e edifícios para o ensino superior. Entretanto, em 1973 funda o seu atelier, onde desenvolve projetos mais variados na escala e no programa.
De 1948 até à sua morte, Bartolomeu Costa Cabral concebeu mais de duas centenas de projetos. Desde peças de mobiliário a projetos de planeamento urbano, a obra apresenta as mais diversas escalas de intervenção. Apresenta também resposta a uma grande diversidade de programas, de lugares e de linguagens.
Bartolomeu Costa Cabral faleceu a 20 de abril de 2024 em Lisboa.

Person · 1956-1996

A partir de 1956, Marques de Aguiar integra os Serviços de Urbanização como urbanista da região norte e, entre 1962 e 1996, assume o lugar de consultor de urbanismo da Câmara Municipal de Espinho.

Person · 1956-[199-]

Manuel Marques de Aguiar, ao longo do seu percurso profissional, mantém o trabalho de arquitetura (escritório situado no Porto: inicialmente na praça do Município, posteriormente na rua Sá da Bandeira, Gonçalo Cristóvão e, por fim, no Foco).