Zona de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- [1942]-[1990] (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
Peças desenhadas: c. 1250; papel;
Documentação escrita: c. 6 m/l; papel;
Fotografias: a disponibilizar;
Biblioteca: 1377 títulos.
Zona do contexto
Nome do produtor
História biográfica
Octávio Lixa Filgueiras nasceu no Porto, na freguesia de Nevogilde, a 16 de agosto de 1922. Filho de Octávio José Filgueiras e Aurora Rosa Lixa Filgueiras é o filho mais velho de 3 irmãos. Casou com Olívia Maria Neves de Oliveira Filgueiras, em 1945, com quem teve 6 filhos.
Em 1940 terminou o Curso Geral dos Liceus, no Liceu Alexandre Herculano, no Porto.
Depois da frequência do 1º ano dos estudos preparatórios de Engenharia, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, mudou de licenciatura, e ingressou, em 1942, no curso de Arquitetura, na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP). Diplomou-se em 1954. A tese apresentada ao Concurso para Obtenção do Diploma de Arquitecto (C.O.D.A.), “Urbanismo – um tema rural”, obteve classificação máxima de 20 valores, e foi inovadora em múltiplos sentidos: constituiu o primeiro trabalho teórico-prático aceite pela Escola, então dirigida por Carlos Ramos, e trouxe para o debate académico a importância das comunidades rurais enquanto área de estudo.
Em 1955 venceu o concurso para Arquiteto da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Entre 1955 e 1957, participou no "Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal", iniciativa do Sindicato Nacional dos Arquitetos. Octávio Lixa Filgueiras foi o coordenador do grupo de trabalho constituído para a Zona II (Trás-os-Montes/Alto Douro), onde também participaram Arnaldo Araújo e Carlos Carvalho Dias. Do trabalho desenvolvido nesta Zona II saíram as bases para o tema da representação portuguesa no 10º Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), em Dubrovnik, em 1956. O trabalho Habitat Rural – Nouvelle Communauté Agrícole defendia a aproximação ao “país real”, discutindo não só a aplicação dos princípios de desenho urbano definidos pelo Movimento Moderno, quanto a escala dos aglomerados rurais. Foi apresentado por Viana de Lima e Fernando Távora, porta-vozes da equipa onde se integrava Lixa Filgueiras, Arnaldo Araújo, Carlos Carvalho Dias e Alberto Neves.
Em 1958 Octávio Lixa Filgueiras iniciou a sua experiência pedagógica e começou a exercer serviço no Curso de Arquitectura da ESBAP. Manter-se-á vinculado à prática docente na Escola e, posteriormente, na Faculdade, até 1991.
Entre 1961 a 1963 Octávio Lixa Filgueiras foi Arquitecto Regional das Habitações Económicas da Federação das Caixas de Previdência.
Até à década de 70 exerceu vários cargos de relevo na área cultural e patrimonial: entre 1967 e 1977 foi vogal da 4ª Sub-Secção da 2ª Secção da Junta Nacional da Educação (Património Arquitectónico/Urbanístico). Entre 1970 e 1973 foi Membro da Comissão de Intercâmbio do Instituto de Alta Cultura. Entre 1973 e 1976 foi Inspector Superior das Belas-Artes e membro da Comissão Nacional do “Ano Europeu do Património Arquitectónico”.
Na Junta Nacional de Educação, coordenou o Processo «Cidade Romana de Braga» (1976) e o Inquérito «Imóveis do Património a Recuperar», este último desenvolvido com Manuel Fernandes Sá (1978).
Entre 1978 e 1981, é chamado por David Mourão-Ferreira para integrar o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura e colaborar na estruturação da futura Delegação Regional do Norte.
Em 1981 é destacado da Secretaria de Estado da Cultura para o Centro de História da Universidade do Porto onde permaneceu até 1985, data em que é criada a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto para onde é transferido como Professor Catedrático, a seu requerimento. Nesta instituição começou por dirigir um seminário de finalistas dedicado à Protecção do Património Arquitetónico.
Entre 1985-1993 exerceu funções de membro do Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Cultural.
A paixão pela Etnologia e Arqueologia Naval é uma constante na sua vida. Nestas áreas desempenhou atividades tão distintas quanto: bolseiro do Instituto de Alta Cultura pelo Centro de Estudos de Etnologia Peninsular; autor do inquérito às embarcações tradicionais portuguesas; consultor do Museu da Marinha e membro fundador do Grupo de Estudos de História Marítima do mesmo Museu (1964). Integrou o Centro de Estudos da Marinha, em 1970, do qual transitou, em 1978, para a Academia de Marinha. Fez parte do Grupo de Trabalho para Defesa do Património Arqueológico Subaquático (1976-1984) e ainda da Comissão de Estudos de Aproveitamento do Leito do Mar, do Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada. Participou em todos os International Symposia on Boat & Ship Archaeology, tendo organizado o 4º Simpósio, em 1985. Enquanto mentor da Arqueologia subaquática em Portugal, e pela sua experiência de mais de três décadas, exerceu a função de delegado português na reunião do Conselho de Ministros da Comunidade Económica Europeia sobre a defesa do Património Cultural Subaquático (Paris, 1979) e no Grupo de Trabalho de redacção da respectiva Convenção Europeia (Estrasburgo, 1980-85). Nesta área de investigação, foi ainda membro do Hellenic Institute of Marine Archaeology e membro fundador da associação cultural, sem fins lucrativos, Arqueonáutica – Centro de Estudos, onde colaborou na redacção do Livro Branco – Arqueologia ou Caça ao Tesouro? Para um debate sobre a legislação do património arqueológico subaquático em Portugal, documento que, conjuntamente com o movimento cívico a ele associado, viria a contribuir para a revogação da legislação adoptada nos anos noventa do século XX, a qual favorecia a exploração comercial do património cultural subaquático em Portugal.
Faleceu a 11 de Março de 1996, no Porto.
Octávio Lixa Filgueiras foi agraciado postumamente, ainda em 1996, com a Medalha de Mérito Cultural, Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Gaia, seguindo-se outras homenagens, publicações de trabalhos de sua autoria.
O seu acervo sobre cultura marítima, o mais importante arquivo pessoal do país, foi doado pelos seus filhos ao Museu Marítimo de Ílhavo, em 2007:
A colecção de fotografias foi doada ao Centro Português de Fotografia, em 2009.
Entidade detentora
História do arquivo
Fonte imediata de aquisição ou transferência
O conjunto informacional foi doado pelos herdeiros de Octávio Lixa Filgueiras, mediante contrato de doação assinado em 18 de abril de 2017.
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
O conteúdo informacional produzido e recebida por Octávio Lixa Filgueiras inclui documentação relativa à atividades privada, formação académica e atividade profissional. Tipologias informacionais como desenhos, processos de obras de arquitetura, fotografias, livros, entre outras, fazem parte deste acervo.
Avaliação, seleção e eliminação
Incorporações
Sistema de informação fechado.
Sistema de arranjo
Organização orgânico-funcional.
Zona de condições de acesso e utilização
Condições de acesso
O acesso à informação poderá ser feito nas instalações da FIMS, mediante marcação prévia e sujeito ao horário de funcionamento da instituição.
Condiçoes de reprodução
A reprodução dos documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o seu tipo, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina e carece sempre de autorização prévia da FIMS, enquadrando-se no Regulamento interno de reprodução de documentos. Está, ainda, sujeita à legislação sobre direitos de autor e direitos conexos.
Idioma do material
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Zona de documentação associada
Existência e localização de originais
Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva.
Existência e localização de cópias
Cópias digitais disponíveis para consulta presencial na FIMS.
Unidades de descrição relacionadas
Zona das notas
Nota
Lista de Processos de obras de arquitetura/urbanismo do arquiteto
- 1947 - Casa Augusto Caetano de Oliveira, Castelo de Paiva
- 1948 - Casa Sr. José de Sousa, Castelo de Paiva
- 1948 - Obras e remodelação de habitação, Manuel de Sousa Perpétua, Castelo de Paiva
- 1949 - Empresa Fabril do Norte, Senhora da Hora
- 1949 - Câmara Municipal de Matosinhos, sanitários públicos
- 1950 - Vicente Romero Vila - Coimbrões, Vila Nova de Gaia
- 1950 - Adaptação da Habitação do Caseiro a Casa de Férias, Castelo de Paiva
- 1951 - Casa C. C. [Clube Caçadores, Porto ]
- 1951 - Fábrica da Areosa, Bairro Operário, Porto
- 1952 - Remodelação residência Jaime Ribeiro, Lixa
- 1952 - Projeto de remodelação do muro de vedação da casa de Horácio de Jesus Ribeiro, Oliveira de Azeméis
- 1952 - Projeto a que se refere o Requerimento do Exmo. Sr. Diamantino de Almeida, Ermesinde
- 1952 - Estudo vedação casa Horácio de Jesus Ribeiro, Oliveira de Azeméis
- 1952 - Remodelação do Projeto do Bloco S. João da Madeira
- 1952 - Estação The Anglo-Portuguese Telephone C., Lapa, Porto
- [1952] - Garagem anexa à residência do Exmo. Senhor Armando Ribeiro, Amarante
- 1953 - Quinta do Mosteiro, Carvalhos - Remodelação da Casa Principal
- 1953 - Igreja Paroquial de Cepelos, Vale de Cambra
- 1953 - Capela de Santo António, Escapães, Vila da Feira
- 1953 - Residência Paroquial de Alpendurada
- 1954 - Anteprojeto Agrupamento de CE de Pasteleira
- 1954 - Prédio A. Mesquita, Paços de Ferreira
- 1954 - Casa de Saúde Portuense
- 1954 - Remodelação - Farmácia Gomes Ferreira, Porto
- 1954 - Reforma e Ampliação duma Secção de Tecelagem, Porto
- 1954 - Estação The Anglo-Portuguese Telephone C., estação de Gaia, Vila Nova de Gaia
- 1954 - Estação The Anglo-Portuguese Telephone C., Boavista, Porto
- 1955 - Residência e obras Católico-Sociais, Mafamude
- 1955 - Igreja de S. Miguel, Freixo de Cima
- 1955 - Remodelação do edifício principal da EBAP e Aula Magna, Porto*
- 1955 - Colónia Agrícola Ferreira Lapa, Carvalhos
- Bank of London & South América Lda., Porto
- 1956 - E. T. S., Porto
- 1957 - Moradia João Maria Gonçalves, Montalegre
- 1957 - Missão Nossa Sra. da Assunção de Inhassunge
- 1957 - Moradia para a família de Custódio de Freitas, Alpendurada
- 1957 - Avenida da Ponte, Porto
- 1958 - Moradia Godfrey W. Pope, Vila Nova de Gaia
- 1958 - Arranjo do largo da câmara e a expansão da vila para o sul, Alfândega da Fé
- [1958] - Estação The Anglo-Portuguese Telephone C., Matosinhos
- [1958] - Estação The Anglo-Portuguese Telephone C., Foz do Douro, Porto
- [1958] - Caixa Geral de Depósitos de Vila do Conde
- [1958] - Casas na Rua de S. Tomé, Porto
- 1959 - Hotel Solar de Avis, Porto
- 1959 - Igreja Paroquial de Gião, Vila do Conde
- 1959 - Seminário de Cristo-Rei Vila Nova de Gaia
- [195-] - Casa Maria da Conceição A. Maia
- 1960 - Instalações fabris da Sonae, Maia
- 1960 - Prédio Joaquim Pereira Guedes, Porto, Porto
- 1960 - Prédio Artur Costa, Porto
- 1960 - Prédio de 2 Habitações Felismina Rodrigues, Porto
- 1960 - Plano de urbanização da Vila de Marco de Canaveses
- 1961 - Café Kasai, Porto
- 1961 - Prédio Luciano Silva, Porto
- 1964 - C. Santos, Oficinas da Av. Marechal Carmona, Porto
- 1965 - Colónia de férias, Esposende
- 1965 - Laboratório de Análises, Rogério Gonzaga e Pereira Guedes
- 1965 - Aproveitamento da Zona da Ponte da Arrábida para Reforço do Equipamento Turístico (Hoteleiro) da Cidade do Porto e do Norte do país
- 1965 - Rev. Padre António Manuel de Almeida Gomes - Residência de Férias no Lugar de Farrico, Esposende
- 1965 - Capela de Nossa Senhora da Luz, Passos Ferreira
- 1966 - Stand de vendas de carros usados, C. Santos, Lda., Porto
- 1966 - Armazém de peças, rua Gonçalo Cristóvão, Porto
- 1966 - Casa Dr. Armindo Guimarães, Porto
- 1966 - Habitação de Bernardo Alves da Silva, Castelo de Paiva
- 1966 - TAP, Loja Porto, Praça Filipa de Lencastre
- 1966 - Construção do edifício para a "Sopa e Patronato da Divina Providência, Devesas"
- 1966 - Quinta da Póvoa, Arranjo de um Quarto de Banho
- 1966 - S. C. C. Santos, Lda., Instalações na Rua Comandante Rodolfo de Araújo, Porto
- 1966 - S. C. C. Santos, Lda., Edifício de Santa Catarina, Porto
- 1967 - Arranjo nas Oficinas II, rua Delfim Ferreira, Porto
- 1967 - TAP - Terminal, Praça da Liberdade, Porto
- 1967 - Habitações de férias em Esposende
- 1967 - Armazém de Peças e Acessórios, Rua Eng. Arantes de Oliveira, Braga
- 1967 - A. M. Almeida, Com. Ind. S.A.R.L. - Stand de vendas de carros usados - Rua de Santos Pousada, Porto
- 1967 - S. C. C. Santos, Lda., Loja de vendas, Av. Marechal Gomes da Costa, Braga
- 1967 - Habitação em Valongo, Estudo Beneficiação de Residência
- 1968 - Estabelecimento e consultório, largo Rodrigues Sampaio, Esposende
- 1968 - Habitação de férias em Esposende
- 1968 - Habitação de férias para os sócios nºs 1220 e 1313, Domingos Ferreira e Maria Augusta da Silva Ferreira, Fão
- 1968 - Casa Armando Costa, Esposende
- 1968 - Museu Etnográfico do Distrito de Viseu, "Casa do Adro"
- 1969 - Edifício na rua das Carmelitas e Galeria de Paris, Porto
- 1969 - A. M. Almeida, Com. Ind., SARL - Rua Sá da Bandeira, Porto
- [196-] - TAP, Rua Sá da Bandeira, Porto
- [196-] - Casa de Albino Marques Teixeira
- [196-] - Hospital de Santo António - Laboratório, Porto
- [196-] - ISA, Porto
- [196-] - Simão Guimarães, Filhos, Lda. - Organização Funcional do Sector Administrativo e Grav. Foto e Off-Set, Porto
- 1970 - Adaptação a Pousada do Castelo de Vila Nova de Cerveira
- [1970] - Quinta da Barca do Lago, Esposende
- 1971 - Plano de Aproveitamento do Terreno Sobrante da Casa do Terreiro, Leiria
- 1973 - Remodelação e ampliação de moradia João Fernando Barbosa Dias, Castelo de Paiva
(*) Obras autorais das quais não existe documentação na FIMS.
Nota
A documentação encontra-se em fase de tratamento.
Identificador(es) alternativo(s)
Pontos de acesso
Pontos de acesso - Assuntos
Pontos de acesso - Locais
Pontos de acesso - Nomes
Pontos de acesso de género
Zona do controlo da descrição
Identificador da descrição
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
Estatuto
Nível de detalhe
Datas de criação, revisão, eliminação
Línguas e escritas
- português
Script(s)
Fontes
Nota do arquivista
Documentação organizada e descrita por Conceição Pratas e José Guilherme Gouveia.