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Registo de autoridade
PORTO, José Luiz
PT/JP · Pessoa · 1883-1965

José Luiz Porto, filho de Maria Joaquina do Monte e David António Afonso do Porto, nasceu a 10 de outubro de 1883 em Vilar de Mouros. Ainda em criança muda-se para Lisboa, com os seus pais, onde conclui os estudos primários e ingressa na Escola Industrial Marquês de Pombal. Após a obtenção de uma bolsa de estudo por mérito em 1907 nessa mesma escola parte no mesmo ano para a Suiça onde frequenta a École des Arts Industriels em Genebra. Durante o seu percurso académico obtém vários prémios escolares, à semelhança do que já acontecia em Portugal. Em 1913, termina os estudos obtendo o título de Peintre-Décorateur e casa-se com Juliette Mathey de l’Étang, também formada na mesma escola.

Em 1921, José Porto parte para Paris, iniciando-se assim mais uma fase no seu percurso, certamente a menos documentada, mas que se julga ter sido decisiva na sua formação como Arquiteto. Os primeiros registos da sua atividade profissional em Paris colocam-no junto do mundo da Moda e do Teatro, conhecimento que se refletirá mais tarde nas várias propostas efetuadas no seio dos “Engenheiros Reunidos”, para a construção e remodelação de salas de espetáculos. José Porto começa nesta época a assinar como Architecte-Décorateur, uma alteração de título que poderá ser entendida como uma mudança no seu posicionamento artístico, cada vez mais próximo da prática arquitetónica.
Em 1929, casa-se com Berthe Augustine Métairie, que o acompanhará nas etapas subsequentes da sua vida.
Durante os anos seguintes, o seu percurso ganha relevo pelos vários primeiros prémios obtidos em concursos ou pela sua participação em projetos emblemáticos para cidade como é o caso da proposta para o Coliseu do Porto (1937). A sua obra construída, predominantemente residencial, tinha como destinatária uma burguesia portuense informada, que aceitava uma interpretação local de uma “modernidade” que se terá consolidado na sua passagem por Paris. Desta forma, ao longo da década de 30 e integrado num escritório multifacetado, José Porto experimenta este programa com coerência e persistência aproveitando o contexto de expansão da cidade
Em meados dos anos 40 intensifica a sua presença em Moçambique, mais precisamente na cidade da Beira, onde realiza vários projetos. Durante este período, realiza, em simultâneo, algumas obras no Porto e na zona Norte.
O regresso definitivo a Portugal é acompanhado por visitas cada vez mais regulares a Vilar de Mouros, acabando por se fixar na sua terra natal, na antiga casa dos pais, em Marinhas, a partir da década de 50. Esta mudança coincide com uma série de encomendas para a região, obras estas onde se afasta dos códigos linguísticos do “moderno” das décadas de 30 e 40. Com o pretexto do que viria a ser a sua última encomenda – a remodelação de uma quinta no Alto da Lixa para a família Pimenta Machado - José Porto transfere a sua residência para Amarante, cidade onde virá a falecer em 6 de Junho de 1965.

José Porto, Arquiteto
Pessoa · 1907-1965

Em 1921, José Porto parte para Paris. Os primeiros registos da sua atividade nesta cidade colocam-no junto do mundo da Moda e do Teatro, para a construção e remodelação de salas de espetáculo. São conhecidos trabalhos diversificados como o desenho de figurinos, objetos, mobiliário e, pela primeira vez, os primeiros registos relacionados com a intervenção arquitetónica. José Porto começa nesta época a assinar como Architecte-Décorateur. A remodelação do bar do Hotel Bergère e o projecto para a transformação do cinema Gaumond Palace constituem os primeiros registos disponíveis da sua prática como arquiteto. Neles é possível identificar os códigos compositivos da Art-Déco, que persistirão ao longo do seu percurso.
Em 1939, no mesmo ano do projeto para a casa na rua da Vilarinha para Manoel de Oliveira - obra que constituiu o culminar das experiências que realizara até ao momento - José Porto inicia mais uma fase, motivada pela sua participação no Concurso para a Residência do Governador em Lourenço Marques, onde mais uma vez sai vencedor. No decurso deste processo, apresenta três soluções de fachada que procuram adaptar-se ao gosto de um cliente institucional, um ecletismo operativo que retomará nalgumas das realizações posteriores, como é exemplo o projeto para a Casa do Douro (1941). A sua presença em Moçambique e na cidade da Beira intensifica-se a partir de meados da década de 40, tendo realizado vários projetos onde se destacam o Anteprojecto para a Urbanização da Cidade da Beira (1943), a remodelação do Edifício dos Paços do Concelho (1944) e o Grande Hotel da Beira (1949) terminado apenas em 1955, sob a supervisão do Arquitecto Francisco de Castro. Durante este período, realiza em simultâneo algumas obras no Porto e na zona Norte destacando-se o Hotel D. João I (1947) ou o edifício “Emporium” na Rua de Sá da Bandeira (1947), ambos para o mesmo cliente, José Oliveira & Filhos. O regresso definitivo a Portugal é acompanhado por visitas cada vez mais regulares a Vilar de Mouros, acabando por se fixar na sua terra natal, na antiga casa dos pais, em Marinhas, a partir da década de 50. Esta mudança coincide com uma série de encomendas para a região, nomeadamente a remodelação da Câmara Municipal de Caminha (1950-54), a casa Alfredo Pinto em Vila Praia de Âncora (1952), a casa Maximino Pinto, em Lanhelas (1958), ou a casa Abel Narciso Jorge em Caminha (1961), obras estas onde se afasta dos códigos linguísticos do “moderno” das décadas de 30 e 40.

José Porto, firma "Engenheiros Reunidos"
Pessoa · 1934-[194-]

José Porto, em 1934, passa a integrar na firma “Engenheiros Reunidos”. Essa integração terá sido motivado pela sua participação no Concurso para o Estádio Distrital da cidade do Porto, projeto premiado com o primeiro lugar mas que acabaria por não se concretizar. Durante os anos seguintes, o seu percurso ganha relevo pelos vários primeiros prémios obtidos em concursos ou pela sua participação em projetos emblemáticos para cidade como é o caso da proposta para o Coliseu do Porto (1937), Grande Hotel da Batalha (1937) e Hotel Império (1942).
Simultaneamente desenvolve trabalhos em regime de arquiteto liberal.

SILVA, José Marques da
PT/JMS · Pessoa · 1869-1947

Foi o primeiro dos 10 filhos de Bernardo Marques da Silva e Maria Rosa Marques, nasceu, segundo se julga, no prédio nº 113 da Rua de Costa Cabral na freguesia de Paranhos, Porto, a 18 de Outubro de 1869.
Neto de lavrador e filho de operário marmorista, primeiro, e industrial de obras de mármore, mais tarde.
Frequentou a Escola da Ordem da Trindade e trabalhou nas horas de folga na oficina de seu pai, instalado junto aquela escola.
Feitos os exames do 1º e 2º grau ingressou no liceu onde fez com êxito o 2º ano do respectivo curso geral, passando, depois, a frequentar a antiga Academia Portuense de Belas Artes, tirou o curso de Arquitectura Civil; o 3º ano de escultura e o curso de desenho histórico.
Terminados os seus estudos, no Porto, fez, em Lisboa, as provas para o concurso para pensionista do estado, em Paris. Competiu com Adães Bermudes e foi preterido. Seu pai não se conformando com a situação enviou-o para Paris, com expensas próprias e Marques da Silva ali prosseguiu os seus estudos. Chegou a Paris no ano em que completava 20 anos tendo presenciado a grandiosa Exposição internacional de 1889.
Em 6 de Agosto de 1890 fez o concurso e foi admitido como aluno da Ecole Nationale et Speciale des Beaux Arts e ingressa no atelier de Victor Laloux. Nesta escola obteve o 1º lugar em 3 concursos escolares, obteve uma 1ª medalha, duas 2ª medalhas e várias primeiras menções.
Obteve o título de arquitecto diplomado pelo governo francês em 10 de Dezembro de 1896.
De regresso ao Porto, José Marques da Silva foi nomeado professor de Desenho do Instituto Industrial e Comercial do Porto, em 1900.
Em 1904 foi nomeado Arquitecto da Câmara Municipal do Porto.
Em 1906 foi nomeado professor interino da Cadeira de Arquitectura Civil, na antiga Academia Portuense de Belas Artes onde exerceu docência até 1939.
Em 1914 foi transferido do Instituto Industrial e Comercial do Porto para a Escola de Arte Aplicada onde passou a Professor e Director até 1930, data em que aquela escola foi incorporada na antiga Escola Industrial de Faria de Guimarães, actual escola de Artes Decorativas de Soares dos Reis.
Foi Director da Escola de Belas Artes do Porto, pela 1ª vez por alturas de 1914.
Em 1930 foi nomeado professor da cadeira de Desenho de Construção na Escola Industrial de Faria Guimarães (Arte Aplicada) cuja regência se conservou até à data da sua aposentação.
Nomeado Director efectivo da Escola de Belas Artes do Porto em 1931 mantendo-se até 1939.
Marques da Silva como arquitecto construiu obras no Porto; Matosinhos; Vila nova de Gaia; Guimarães; Barcelos e Braga.
Faleceu em 6 de Junho de 1947.

Transcrição integral da biografia de José Marques da Silva escrita pela sua filha Maria José Marques da Silva, em 1953 (FIMS/MSMS/1119).

Bartolomeu Costa Cabral, Arquiteto no GPA
Entidade coletiva · 1968 - 1997

O Grupo de Planeamento e Arquitectura (GPA) foi um atelier fundado por Maurício de Vasconcellos e Luís Alçada Baptista em 1968. Bartolomeu Costa Cabral, que já colaborava com Maurício de Vasconcellos no atelier que este detinha em sociedade com Conceição Silva, continuou a sua colaboração no então novo atelier do GPA.
No GPA, sendo responsável por numerosos trabalhos, Costa Cabral desenvolve sobretudo projetos de grande dimensão, nomeadamente planos de urbanização – como a Unidade de Ordenamento UNOR I (1970), o Plano de Recuperação da Brandoa (1971), o Plano de Urbanização da Falagueira (1969-1973) ou o Plano Integrado de Almada (1977-1982, vencedor do 1º Prémio do Concurso do Fundo de Fomento de Habitação) – e edifícios para o ensino superior, entre os quais se destacam as várias construções para a atual Universidade da Beira Interior, na Covilhã (Fase I – Fase V, 1972-1991). Ainda dentro dos equipamentos para o ensino superior concebe, no GPA, o Edifício de Engenharia da Universidade do Minho (1983-1991), a Escola Superior Agrária de Bragança (1981-1990) e a Escola Superior Agrária de Santarém (1989-1995). Colabora também noutros projetos, nomeadamente no projecto do edifício-sede da Sociedade Portuguesa de Autores (1971-1975), em Lisboa, em coautoria com Maurício de Vasconcellos. Colabora também em projetos para concursos, tais como aqueles para a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança (1991), para a Residência da Embaixada de Portugal em Brasília (1995) e para a Residência de Estudantes na Expo (1996).
O Grupo de Planeamento e Arquitectura (GPA) cessou a sua atividade em 1997.

Entidade coletiva · 1973 - [20--]

Em 1973, Bartolomeu Costa Cabral funda o seu próprio atelier, onde desenvolve projetos mais variados na escala e no programa. Para além do projeto para a Rua do Arco do Marquês de Alegrete (Martim Moniz), que motiva a fundação do atelier, destacam-se muitos outros, entre os quais podemos distinguir, na década de 70, a Casa na Rua da Verónica (1973-1975), o Bairro do Pego Longo (iniciado em 1976 no âmbito do Processo SAAL), a agência da Caixa Geral de Depósitos, em Sintra (1977-1983, vencedora do Prémio de Arquitectura Raul Lino, em 1985), ou a recuperação do Teatro Taborda (1979-1995), com Nuno Teotónio Pereira.
A partir da década de 80 projeta ainda, no próprio atelier, a Galeria 111 (1984-1993), o Corpo B da Escola Superior de Tecnologia de Tomar (1988-1993) e a Mútua dos Pescadores (1989-1992); já na década seguinte, desenha a Residência de Estudantes da Escola Superior de Tecnologia de Tomar (1990), o Pavilhão do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa (1991-2000), o edifício de habitação económica em Pego Longo (1992-1994, Vencedor do “Prémio INH 1995 de Promoção Municipal”), o Projecto Integrado do Castelo/Recuperação da Zona Histórica C12 (1995), o Edifício de Engenharia da Universidade Católica, em Sintra (1995-2001), a Biblioteca da Universidade da Beira Interior (1998-2001) e a Estação de Metro Quinta das Conchas (1999-2003).
Mais recentemente, concebe o Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior (2000-2003), a Casa na Travessa da Oliveira (2002-2006), a Casa Herdade Delgado (a “Casa em Taipa”, 2004-2008), o Restaurante Tartine (2009-2012) e a Casa nas Amoreiras (2012-2013).

Entidade coletiva · 1967 - 1969

Em 1967, Bartolomeu Costa Cabral ingressa no atelier de Conceição Silva (1922 - 1982) e Maurício de Vasconcellos (1925-1997), em funcionamento até 1968/69. Durante esse ano, colabora na realização de projetos à escala urbana, como o Plano de Ordenamento Urbano e Turístico do sector IV no Algarve e da Quinta dos Ingleses (Urbanização Savelos).

Alfredo Matos Ferreira, Estudante na ESBAP
Pessoa · 1948-1959

Em 1948 Alfredo Durão de Matos Ferreira matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto; em 1952 termina o Curso Especial de Arquitetura, concluindo o Curso Superior de Arquitetura em 1959.

Manuel Marques de Aguiar, Estudante na ESBAP
Pessoa · 1950-1955

Em 1950 Manuel Marques de Aguiar matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto, concluindo o Curso Superior de Arquitetura em 1955.

Pessoa · 1950-1952

No anos letivos 1950/51 e 1951/52, Manuel Marques de Aguiar, no Institut d’Urbanisme de Paris desenvolve a tese final do curso de urbanismo sob a orientação de Robert Auzelle "Réconstruction à Long Terme : étude d’un vieux quartier de Porto. Propositions de réaménagement. Examen Critique et méthode".

Manuel Marques de Aguiar, Urbanista
Pessoa · 1956-1996

A partir de 1956, Marques de Aguiar integra os Serviços de Urbanização como urbanista da região norte e, entre 1962 e 1996, assume o lugar de consultor de urbanismo da Câmara Municipal de Espinho.

Manuel Marques de Aguiar, Arquiteto
Pessoa · 1956-[1996]

Ao longo do seu percurso profissional, mantém o trabalho de arquitectura no escritório situado no Porto: inicialmente na praça do Município, posteriormente na rua Sá da Bandeira, Gonçalo Cristóvão e, por fim, no Foco.

Pessoa · 1950-1952

Manuel Marques de Aguiar frequenta o Institut d’Urbanisme de Paris (1950/51 e 1951/52) onde desenvolve a tese final do curso de urbanismo sob a orientação de Robert Auzelle "Réconstruction à Long Terme : étude d’un vieux quartier de Porto".

Manuel Marques de Aguiar, Arquiteto
Pessoa · 1956-[199-]

Manuel Marques de Aguiar, ao longo do seu percurso profissional, mantém o trabalho de arquitetura (escritório situado no Porto: inicialmente na praça do Município, posteriormente na rua Sá da Bandeira, Gonçalo Cristóvão e, por fim, no Foco).

Manuel Marques de Aguiar, Estudante na ESBAP
Pessoa · [1943]-1955

Manuel Marques de Aguiar ingressou, em 1943, no curso de Arquitetura, na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), diplomou-se em 1955 com 20 valores.

Manuel Marques de Aguiar, urbanista consultor
Pessoa · 1962-1996

Entre 1962 e 1996, assume o lugar de consultor de urbanismo da Câmara Municipal de Espinho.
É através dos projectos dos principais projectos de desenho urbano de Marques de Aguiar que Espinho constrói uma identidade de cidade”: as esplanadas (1965 – 1996) e o ‘pavilhão’ de chá (1965), a rua 19 (1989) e a praça de José de Salvador (1989).

Manuel Marques de Aguiar, Arquiteto
1956-1996

Manuel Marques de Aguiar, ao longo do seu percurso profissional, mantém o trabalho de arquitectura (escritório situado no Porto: inicialmente na praça do Município, posteriormente na rua Sá da Bandeira, Gonçalo Cristóvão e, por fim, no Foco).

Pessoa · 1962-1996

Entre 1962 e 1996, assume o lugar de consultor de urbanismo da Câmara Municipal de Espinho.
É através dos projectos dos principais projectos de desenho urbano de Marques de Aguiar que Espinho constrói uma identidade de cidade”: as esplanadas (1965 – 1996) e o ‘pavilhão’ de chá (1965), a rua 19 (1989) e a praça de José de Salvador (1989).

Pessoa · 1956-1996

A partir de 1956, Marques de Aguiar integra os Serviços de Urbanização como urbanista da região norte.
É na Direcção Geral de Ordenamento do território (nos ‘Serviços de Urbanização’) que desenvolve com Ilídio Alves de Araújo estratégias de ordenamento para a região Norte através da assessoria junto dos decisores políticos e de argumentação técnica junto de autores de estudos e planos. Nestes procedimentos, destaca-se o Relatório de Viagem pedido por Sá e Melo em 1956, com indicações precisas relativas ao controle especulativo das políticas de habitação, a batalha – ganha – para o redesenho da estrada de Bom Jesus em Braga (1965) e a batalha – perdida - pela não localização da Sacor em Leça da Palmeira. Este trabalho de 3 décadas culmina na coordenação da equipa da Direcção Geral de Ordenamento do Plano de reconstrução de Angra do Heroísmo, com a autoria dos 3 planos de pormenor (“Plano de Pormenor da Carreirinha" , fase 1 e 2, e “Plano de Pormenor da Silveira-Fanal" e ” Plano de Pormenor do Desterro-Guarita", 1982).

Entidade coletiva · 1957 - 1978

Em 1957, Rui Goes Ferreira inicia a sua carreira de arquiteto a título liberal com um cunho fortemente social, realizando diversas obras ao serviço da Caixa Sindical de Previdência do Funchal. Em 1963, a sua ligação com a Federação de Caixas de Previdência formaliza-se de modo mais expressivo através do contrato estabelecido com as Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência, contrato esse para prestação de serviços de assistência técnica, nomeadamente levantamentos topográficos, pareceres, elaboração de estudos, assistência a obras e projetos de urbanização, entre outros. Um dos seus primeiros projetos foi o da instalação provisória dos serviços da Caixa Sindical de Previdência, em 1964. Rui Goes Ferreira elaborou vários projetos de moradias unifamiliares, no âmbito das Habitações Económicas.

Rui Goes Ferreira, Arquiteto Liberal
Entidade coletiva · 1952 - 1978

Em 1952, Rui Goes Ferreira participa num projeto para a Igreja Paroquial da Camacha, juntamente com o Arq. Carlos Lameiro. Em 1957, findo o seu estágio profissional com o Arq. Januário Godinho, Rui Goes Ferreira inicia o exercício da sua carreira de arquiteto por conta própria em regime de profissão liberal. No entanto só começa a identificar numericamente os seu projetos a partir de 1963. O início da sua carreira como arquiteto profissional em regime liberal é marcado sobretudo pelo carácter social através do seu serviço nas Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência do Funchal (HE-FCP) e na Sociedade “A Nossa Casa”. As suas obras de cariz social mais emblemáticas são os dois conjuntos habitacionais, sendo um o Bairro da Ajuda e o outro o Bairro dos Pescadores .O seu atelier, situado na Travessa do Forno, n.º 5, Funchal (na altura também edifício- sede da Companhia de Carros de São Gonçalo), funcionou de 1957 a 1978, ano da sua morte. Na década de 60, só dois arquitetos possuíam atelier próprio no Funchal: Rui Goes Ferreira e Marcelo Costa. No seu atelier colaboraram outros arquitetos, com destaque para José António Paradela, João Conceição, Manuel Vicente e Marcelo Costa.

MENÉRES, António
PT FIMS AM · Pessoa · 1930 -

António Sérgio Maciel Menéres nasceu em Matosinhos, no dia 26 de abril de 1930. Arquiteto formado pela ESBAP, apresentou em 1961 o CODA “Da renovação urbana (…) [adaptação do Forte de Leça (…)]. Participou no “Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa”, promovido pelo Sindicato Nacional dos Arquitectos (1955-1961), integrando a Zona 1, com Fernando Távora e Rui Pimentel. Apaixonado por fotografia (fotografa desde muito cedo), exerce a prática da Arquitetura no escritório “Antonio Menéres-Planeamento e Arquitectura Lda.”, sedeado no Porto. Foi professor na FAUP. É autor de várias obras e exposições, sendo de salientar, nestas últimas, “António Menéres. Dos Anos do Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa”, que percorreu os Arquivos nacionais entre 2004 e 2008, e “Ponte da Barca, memórias da Arquitetura Popular. Fotografias de António Menéres” que esteve patente nos paços do concelho, em 2013.

MARTINS, António Lopes
ALM · Pessoa · 1794-1885

António Lopes Martins nasceu no dia 25 de novembro de 1794, no lugar do Painçal, Airó, Barcelos; filho de António Lopes e Maria Josefa Lopes Martins. Desta relação nasceram mais 5 filhos. Desenvolveu atividade profissional no Brasil. Casou no dia 18 de junho de 1851 com Catarina Lopes Martins, sua prima direta, com quem teve 8 filhos, a saber: António Lopes Martins, José Lopes Martins, Manuel Júlio Lopes Martins, Alexandre Lopes Martins, Joaquim Lopes Martins, Emília Lopes Martins, Amélia Lopes Martins e Catarina Lopes Martins. Faleceu no dia 1 de Maio de 1885, no Porto.

MARTINS, Júlia Lopes
1874-1973

Júlia Lopes Martins, também conhecida por Júlia Lopes Martins Marques da Silva, apelido adquirido depois do casamento.
Nasceu em Vila da Feira, Sanguedo em 1874, filha de Manuel Júlio Lopes Martins e de Júlia Emília Paiva Martins, a mais velha de 8 irmãos.
Em 14 de Setembro de 1901 casa com José Marques da Silva com que teve duas filhas Amélia Lopes Martins Marques da Silva e Maria José Marques da Silva Martins.
Faleceu em 1973.

MARTINS, Catarina Lopes
CLM · Pessoa · 1832-1900

Catarina Lopes Martins nasceu 8 de Janeiro de 1832, no lugar do Monte, Airó, Barcelos. Filha mais velha de 7 irmãos, seus pais eram José Domingues de Faria e Antónia Maria Lopes Martins. Casou no dia 18 de junho de 1851 com António Lopes Martins, seu primo direto, com quem teve 8 filhos, a saber: António Lopes Martins, José Lopes Martins, Manuel Júlio Lopes Martins, Alexandre Lopes Martins, Joaquim Lopes Martins, Emília Lopes Martins, Amélia Lopes Martins e Catarina Lopes Martins. Faleceu em 1900.

CARVALHO, António Cardoso Pinheiro de
PT/ACPC · Pessoa · 1932-2021

António Cardoso Pinheiro de Carvalho nasceu em Amarante a 21 de julho de 1932. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi historiador e professor jubilado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi membro do Conselho Geral da Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva, membro da Associação Internacional dos Críticos de Arte (Secção Portuguesa) e diretor do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante. Enquanto investigador dedicou-se à temática da Arquitetura Portuguesa, em particular a portuense, e especializou-se na obra do arquiteto Marques da Silva e do pintor Amadeo de Souza-Cardoso. Os estudos por si desenvolvidos têm vindo a ser apresentados em colóquios e seminários. Da obra publicada, em edições nacionais e estrangeiras, destaca-se O Arquitecto José Marques da Silva e a Arquitectura no Norte do País na primeira metade do século XX (FAUP publicações, 1997) e a sua colaboração no Catálogo raisonné da obra de Amadeo de Souza-Cardoso (FCG, 2008).
António Cardoso faleceu a 3 de junho de 2021, aos 89 anos de idade, no Porto.

Bartolomeu Costa Cabral, Arquiteto liberal
Entidade coletiva · 1952 - 1973

Ainda antes de fundar o seu próprio atelier em 1973, Bartolomeu Costa Cabral desenvolve alguns projetos, entre os quais se destaca aquele para o Grupo Escolar e Balneário do Castelo, a partir de 1952 como profissional liberal. O seu primeiro projeto foi o da Pousada da Praia do Vau, no Algarve, projeto que não chegou a ser construído, mas que foi utilizado para o seu CODA na ESBAL.

Ferreira, Rui Manuel Deodato Fernandes Goes
PT/RGF · Pessoa · 1926-1978

Rui Manuel Deodato Fernandes Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926. Era filho de José Goes Ferreira e de Maria Dolores Fernandes Goes Ferreira.
Casou-se com Teresa Araújo de Barros Goes Ferreira em 1958.
Em 1936, foi admitido no Seminário Diocesano do Funchal e, em 1942, após a sua saída do Seminário, continuou os seus estudos no Liceu Jaime Moniz, Funchal.
Em 1946, ingressou no Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto. Em Maio de 1961, prestou a sua prova final de curso, obtendo a classificação de 19 valores, com o CODA , um «Abrigo para Raparigas». Recebeu o diploma de arquiteto pela ESBAP a 7 de agosto de 1961.
Durante os anos de 1953 a 1957, o arquiteto madeirense estagiou no atelier de Januário Godinho, colaborando nas obras do Tribunal de Vila Nova de Famalicão e do Tribunal do Funchal.
Entre 1955 e 1962, foi professor de Desenho Arquitetónico nos cursos de Escultura e de Pintura na Academia de Música e Belas Artes da Madeira (AMBAM).
A partir de 1957, foi professor também no Colégio Infante D. Henrique, onde ensinou Desenho até 1962.
Em agosto de 1957, efetuou uma viagem a Berlim, onde visitou a INTERBAU, a primeira Exposição Internacional de Arquitetura após a II Guerra Mundial, contactando diretamente com a arquitetura e o urbanismo modernos no contexto do pós-guerra.
No mesmo ano de 1957, findo o seu estágio profissional, Rui Goes Ferreira inicia o exercício da carreira em regime de profissão liberal. A 22 de julho de 1963, assinou um contrato com o gabinete das Habitações Económicas da Federação das Caixas de Previdência no Funchal, onde desenvolveu vários projetos de habitação unifamiliar nas ilhas da Madeira e Porto Santo.
No final da década de 60, a Diocese do Funchal encomendou a Goes Ferreira um serviço de controlo e avaliação das peças do património artístico religioso disperso pela ilha da Madeira. Nesta tarefa, desenvolvida até 1973, teve a colaboração do arquiteto José António Paradela, que trabalhou no seu atelier durante este mesmo período.
Rui Goes Ferreira esteve envolvido em diversas atividades culturais na Madeira e contribuiu fortemente para o impulso da formação nas áreas das Belas-Artes e da Arquitetura na ilha. Organizou a «1ª Exposição da Escola Superior de Belas-Artes do Porto» nos salões da AMBAM, em setembro de 1962, e fundou a Galeria de Artes Decorativas «TEMPO», primeira galeria de arte moderna no Funchal, em parceria com o escultor Amândio Sousa, seu ex-aluno e recém-diplomado pela ESBAP. A exposição inaugural da galeria, em 1964, denominada «Sete Pintores Portugueses», apresentou trabalhos de Manuel Mouga, Jorge Pinheiro, Espiga Pinto, Manuel Pinto, José Rodrigues, Ângelo de Sousa e Júlio Resende. Organizou também sessões de cinema nos «Colóquios de Urbanismo do Funchal» e ciclos de cinema infantil no «Cine-fórum Funchal», do qual era também ele assíduo frequentador.
Rui Goes Ferreira integrou e acompanhou a elaboração do Plano Diretor da Cidade do Funchal, discutido nos Colóquios de Urbanismo de janeiro de 1969, para os quais foram convidados Robert Auzelle e Nuno Teotónio Pereira. Nestes colóquios teve uma participação ativa como representante do Sindicato Nacional dos Arquitetos, juntamente com Raúl Chorão Ramalho.
Na década de 60, além de Rui Goes Ferreira, só o seu colega e colaborador Marcelo Costa possuía atelier próprio na Madeira. O seu atelier funcionou assim como um pequeno “atelier-escola”, no qual se confrontaram perspetivas variadas, possibilitando a introdução, no arquipélago, de um espírito mais crítico, criativo e aberto em relação à prática da arquitetura. Os principais colaboradores no seus projetos foram os arquitetos José António Paradela, João Conceição, Manuel Vicente, Marcelo Costa, Bartolomeu Costa Cabral, António Marques Miguel, José Mesquita de Oliveira e Gil Martins.
Entre as suas obras mais relevantes, destacam-se o Bairro da Ajuda no Funchal, o Bairro Económico dos Pescadores em Câmara de Lobos, a Capela de N. Sr.ª de Fátima no Pico do Galo, a Casa do Povo da Boaventura em S. Vicente, a Escola Primária da Nazaré em S. Martinho, a remodelação da fábrica, armazéns e escritórios da Empresa de Cervejas da Madeira, o Bloco Residencial de 3 moradias em banda na Rua de Santa Luzia, o Bloco Comercial no Largo da Igrejinha, Funchal, a remodelação do Restaurante e Esplanada no Terreiro da Luta, o Abrigo de Nossa Senhora de Fátima em Santo António, Funchal, e a moradia para Rui Menezes no Porto Santo.
Rui Goes Ferreira tinha como principais hobbies o golf, o snooker e o automobilismo, chegando a conquistar o lugar de melhor madeirense na corrida “Volta à Ilha da Madeira em Automóvel” em 1964.
Faleceu a 18 de setembro de 1978, deixando um legado relevante na arquitetura desenvolvida na Madeira nas décadas de 60 e 70.