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Dates of existence
History
Em 1921, José Porto parte para Paris. Os primeiros registos da sua atividade nesta cidade colocam-no junto do mundo da Moda e do Teatro, para a construção e remodelação de salas de espetáculo. São conhecidos trabalhos diversificados como o desenho de figurinos, objetos, mobiliário e, pela primeira vez, os primeiros registos relacionados com a intervenção arquitetónica. José Porto começa nesta época a assinar como Architecte-Décorateur. A remodelação do bar do Hotel Bergère e o projecto para a transformação do cinema Gaumond Palace constituem os primeiros registos disponíveis da sua prática como arquiteto. Neles é possível identificar os códigos compositivos da Art-Déco, que persistirão ao longo do seu percurso.
Em 1939, no mesmo ano do projeto para a casa na rua da Vilarinha para Manoel de Oliveira - obra que constituiu o culminar das experiências que realizara até ao momento - José Porto inicia mais uma fase, motivada pela sua participação no Concurso para a Residência do Governador em Lourenço Marques, onde mais uma vez sai vencedor. No decurso deste processo, apresenta três soluções de fachada que procuram adaptar-se ao gosto de um cliente institucional, um ecletismo operativo que retomará nalgumas das realizações posteriores, como é exemplo o projeto para a Casa do Douro (1941). A sua presença em Moçambique e na cidade da Beira intensifica-se a partir de meados da década de 40, tendo realizado vários projetos onde se destacam o Anteprojecto para a Urbanização da Cidade da Beira (1943), a remodelação do Edifício dos Paços do Concelho (1944) e o Grande Hotel da Beira (1949) terminado apenas em 1955, sob a supervisão do Arquitecto Francisco de Castro. Durante este período, realiza em simultâneo algumas obras no Porto e na zona Norte destacando-se o Hotel D. João I (1947) ou o edifício “Emporium” na Rua de Sá da Bandeira (1947), ambos para o mesmo cliente, José Oliveira & Filhos. O regresso definitivo a Portugal é acompanhado por visitas cada vez mais regulares a Vilar de Mouros, acabando por se fixar na sua terra natal, na antiga casa dos pais, em Marinhas, a partir da década de 50. Esta mudança coincide com uma série de encomendas para a região, nomeadamente a remodelação da Câmara Municipal de Caminha (1950-54), a casa Alfredo Pinto em Vila Praia de Âncora (1952), a casa Maximino Pinto, em Lanhelas (1958), ou a casa Abel Narciso Jorge em Caminha (1961), obras estas onde se afasta dos códigos linguísticos do “moderno” das décadas de 30 e 40.