FILGUEIRAS, Octávio Lixa

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Tipo de entidade

Pessoa

Forma autorizada do nome

FILGUEIRAS, Octávio Lixa

Forma(s) paralela(s) de nome

    Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

      Outra(s) forma(s) de nome

        identificadores para entidades coletivas

        Área de descrição

        Datas de existência

        1922-1996

        Histórico

        Octávio Lixa Filgueiras nasceu no Porto, na freguesia de Nevogilde, a 16 de agosto de 1922. Filho de Octávio José Filgueiras e Aurora Rosa Lixa Filgueiras é o filho mais velho de 3 irmãos. Casou com Olívia Maria Neves de Oliveira Filgueiras, em 1945, com quem teve 6 filhos.
        Em 1940 terminou o Curso Geral dos Liceus, no Liceu Alexandre Herculano, no Porto.
        Depois da frequência do 1º ano dos estudos preparatórios de Engenharia, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, mudou de licenciatura, e ingressou, em 1942, no curso de Arquitetura, na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP). Diplomou-se em 1954. A tese apresentada ao Concurso para Obtenção do Diploma de Arquitecto (C.O.D.A.), “Urbanismo – um tema rural”, obteve classificação máxima de 20 valores, e foi inovadora em múltiplos sentidos: constituiu o primeiro trabalho teórico-prático aceite pela Escola, então dirigida por Carlos Ramos, e trouxe para o debate académico a importância das comunidades rurais enquanto área de estudo.
        Em 1955 venceu o concurso para Arquiteto da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
        Entre 1955 e 1957, participou no "Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal", iniciativa do Sindicato Nacional dos Arquitetos. Octávio Lixa Filgueiras foi o coordenador do grupo de trabalho constituído para a Zona II (Trás-os-Montes/Alto Douro), onde também participaram Arnaldo Araújo e Carlos Carvalho Dias. Do trabalho desenvolvido nesta Zona II saíram as bases para o tema da representação portuguesa no 10º Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), em Dubrovnik, em 1956. O trabalho Habitat Rural – Nouvelle Communauté Agrícole defendia a aproximação ao “país real”, discutindo não só a aplicação dos princípios de desenho urbano definidos pelo Movimento Moderno, quanto a escala dos aglomerados rurais. Foi apresentado por Viana de Lima e Fernando Távora, porta-vozes da equipa onde se integrava Lixa Filgueiras, Arnaldo Araújo, Carlos Carvalho Dias e Alberto Neves.
        Em 1958 Octávio Lixa Filgueiras iniciou a sua experiência pedagógica e começou a exercer serviço no Curso de Arquitectura da ESBAP. Manter-se-á vinculado à prática docente na Escola e, posteriormente, na Faculdade, até 1991.
        Entre 1961 a 1963 Octávio Lixa Filgueiras foi Arquitecto Regional das Habitações Económicas da Federação das Caixas de Previdência.
        Até à década de 70 exerceu vários cargos de relevo na área cultural e patrimonial: entre 1967 e 1977 foi vogal da 4ª Sub-Secção da 2ª Secção da Junta Nacional da Educação (Património Arquitectónico/Urbanístico). Entre 1970 e 1973 foi Membro da Comissão de Intercâmbio do Instituto de Alta Cultura. Entre 1973 e 1976 foi Inspector Superior das Belas-Artes e membro da Comissão Nacional do “Ano Europeu do Património Arquitectónico”.
        Na Junta Nacional de Educação, coordenou o Processo «Cidade Romana de Braga» (1976) e o Inquérito «Imóveis do Património a Recuperar», este último desenvolvido com Manuel Fernandes Sá (1978).
        Entre 1978 e 1981, é chamado por David Mourão-Ferreira para integrar o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura e colaborar na estruturação da futura Delegação Regional do Norte.
        Em 1981 é destacado da Secretaria de Estado da Cultura para o Centro de História da Universidade do Porto onde permaneceu até 1985, data em que é criada a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto para onde é transferido como Professor Catedrático, a seu requerimento. Nesta instituição começou por dirigir um seminário de finalistas dedicado à Protecção do Património Arquitetónico.
        Entre 1985-1993 exerceu funções de membro do Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Cultural.
        A paixão pela Etnologia e Arqueologia Naval é uma constante na sua vida. Nestas áreas desempenhou atividades tão distintas quanto: bolseiro do Instituto de Alta Cultura pelo Centro de Estudos de Etnologia Peninsular; autor do inquérito às embarcações tradicionais portuguesas; consultor do Museu da Marinha e membro fundador do Grupo de Estudos de História Marítima do mesmo Museu (1964). Integrou o Centro de Estudos da Marinha, em 1970, do qual transitou, em 1978, para a Academia de Marinha. Fez parte do Grupo de Trabalho para Defesa do Património Arqueológico Subaquático (1976-1984) e ainda da Comissão de Estudos de Aproveitamento do Leito do Mar, do Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada. Participou em todos os International Symposia on Boat & Ship Archaeology, tendo organizado o 4º Simpósio, em 1985. Enquanto mentor da Arqueologia subaquática em Portugal, e pela sua experiência de mais de três décadas, exerceu a função de delegado português na reunião do Conselho de Ministros da Comunidade Económica Europeia sobre a defesa do Património Cultural Subaquático (Paris, 1979) e no Grupo de Trabalho de redacção da respectiva Convenção Europeia (Estrasburgo, 1980-85). Nesta área de investigação, foi ainda membro do Hellenic Institute of Marine Archaeology e membro fundador da associação cultural, sem fins lucrativos, Arqueonáutica – Centro de Estudos, onde colaborou na redacção do Livro Branco – Arqueologia ou Caça ao Tesouro? Para um debate sobre a legislação do património arqueológico subaquático em Portugal, documento que, conjuntamente com o movimento cívico a ele associado, viria a contribuir para a revogação da legislação adoptada nos anos noventa do século XX, a qual favorecia a exploração comercial do património cultural subaquático em Portugal.
        Faleceu a 11 de Março de 1996, no Porto.
        Octávio Lixa Filgueiras foi agraciado postumamente, ainda em 1996, com a Medalha de Mérito Cultural, Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Gaia, seguindo-se outras homenagens, publicações de trabalhos de sua autoria.
        O seu acervo sobre cultura marítima, o mais importante arquivo pessoal do país, foi doado pelos seus filhos ao Museu Marítimo de Ílhavo, em 2007:
        A colecção de fotografias foi doada ao Centro Português de Fotografia, em 2009.

        Locais

        Estado Legal

        Funções, ocupações e atividades

        Mandatos/fontes de autoridade

        Estruturas internas/genealogia

        Contexto geral

        Área de relacionamentos

        Área de pontos de acesso

        Pontos de acesso - Assuntos

        Pontos de acesso - Locais

        Ocupações

        Zona do controlo

        Identificador de autoridade arquivística de documentos

        PT/FIMS/OLF

        Identificador da instituição

        Regras ou convenções utilizadas

        Estatuto

        Preliminar

        Nível de detalhe

        Mínimo

        Datas de criação, revisão ou eliminação

        Línguas e escritas

          Script(s)

            Fontes

            Notas de manutenção